terça-feira, 19 de março de 2013

A Vida é curta para envelhecer

















O que escrever sobre um paredão onde as torcidas aguardam paralisadas por uma definição que não saia de suas mãos? Como interpretar um paredão onde o público não vota? Um paredão onde não podemos expressar nossa vontade porque o que de fato queremos é voltar a roda do tempo e mudar o curso da história? Fazer de conta, como crianças, que domingo não existiu, que hoje não é terça-feira, que não teremos que dar adeus a um participante do programa que por injustiça inerente ao jogo sai sem que a gente queira? Eu nunca vi isso, nunca vi uma torcida cruzar os braços dessa maneira, não votar e buscar aproveitar ao máximo a presença de dois jogadores enquanto ainda é possível vê-los. Um sai hoje à noite. Que pena!
















Tudo indica que sai André e talvez numa diferença grande de votos porque a mulher que ele escolheu para sua companheira no jogo é uma verdadeira tsunami, ela é avassaladora. Se para André é difícil enfrentar Fernanda num paredão eu imagino seus desafetos, preparem as armas Castelo para épicas batalhas em prol da Princesa. E o Príncipe? Enquanto assistimos entristecidos, o Príncipe ganha coroa, espada e capa de cavalheiro. Tudo feito com papel alumínio, brincando como crianças, fazendo jogo de cena, Fernanda e André se permitem ser bobos, qualidade extrema da felicidade. E que pena que eu tenho daqueles que não se permitem ser criança, pois é nessa nossa essência que guardamos aquilo que temos de mais belo.
















E é belo! É bonito ver em André essa capacidade de ser menino, de sentar com sua Princesa e sonhar com castelos, porque só os apaixonados conseguem ser bobos, porque só os bem resolvidos mandam tudo às favas para brincar um pouquinho, inclusive com o público. Interessante que ele que é tão maduro também é menino, é jovem que curte a balada, que alucina, que não se importa se sua Princesa se joga na pista, joga água nos outros, joga pipoca para o alto, porque ele pira junto. E se divertem. E divertem o público. André tem maturidade maior do que sua idade, mas não nega sua essência de menino. Aliás, idade é algo pouco prático. Tanta gente jovem com jeito de velho, em tudo vendo vergonha, em tudo colocando crítica, sendo tolo se achando inteligente. Uma coisa é ser velho outra é se ter idade. Porque velhice é algo que está na cabeça da gente, assim como a imaturidade, porque o homem é eterno. Para quem sabe viver, a vida é curta para envelhecer.
















Foi bonito assistir ao homem/menino acontecer num reality. André se dedicou às pessoas, se dedicou à Princesa, quando Elieser saiu se dedicou à Kamilla. Ninguém consegue colocar o dedo numa falha grave cometida, ele cometeu pequenos erros num tipo de jogo que maximiza as nossas falhas. Tudo no seu tempo. E ele deu tempo a si mesmo, controlou o romance para que acontecesse no momento oportuno. E controlou os rompantes da Fernanda. O acusam de ser lento, como se fosse uma infâmia. Infâmia é desconsiderar sua força nas provas de resistência, seu timing perfeito de atleta, sua gentileza dentro do programa. André teve grandes momentos, enfrentou seu desafeto, entregou à sua Princesa uma liderança e a carregou nos braços mesmo exausto. Foi épico! Se tivesse maior eloquência, não teria força no mundo a segurar sua trajetória.
















E na brincadeira de ontem, se despedindo um do outro, se despedindo do público e do programa André se permitiu ser bobo. Mas como muito bem disse a Clarice, “bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.”

por De Cara Pra Lua

Leia mais : http://tvg.globo.com/bbb/bbb13/especial-blog/bbb-do-b/post/vida-e-curta-para-envelhecer.html

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